quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Allan Kardec vai virar filme

O recém publicado livro "KARDEC - A Biografia", de Marcel Souto Maior, é a base para o roteiro de um longa-metragem que será dirigido por Wagner de Assis, o mesmo diretor de "NOSSO LAR", conforme a seguinte matéria publicada no jornal "O Globo".

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Espiritismo renovado:
a vez de Kardec no cinema


Allan Kardec. Professor de Lyon adotou pseudônimo sugerido por um dos espíritos que recebia
Foto: Arquivo
Allan Kardec. Professor de Lyon adotou pseudônimo sugerido por um dos espíritos que recebia
ARQUIVO

RIO - A onda de filmes espíritas, que alavancou a bilheteria do cinema nacional no final da década passada, aparentemente terminou em 2011, com o lançamento de “As mães de Chico Xavier”. Os créditos finais do filme de Glauber Filho e Halder Gomes (autor do fenômeno cômico “Cine Holliúdy”, em cartaz no Rio) avisavam que a produção “encerrava as comemorações do centenário” do médium mineiro, nascido em 1910, e que havia alimentado sucessos como “Chico Xavier” (2010), de Daniel Filho, visto por cerca de 3,4 milhões de pessoas.
Mas uma nova fornada de produções com essa temática começa a se desenhar no horizonte, desta vez tendo Allan Kardec (1804-1869) e sua obra como fonte de inspiração.
A biografia do escritor, educador e tradutor francês, tido como o grande codificador do espiritismo do século XIX, surge associada a projetos de proporções e ambições distintas, que começam a chegar ao circuito já em 2014. A mais visível delas é “Kardec — O filme” (título provisório), adaptação do livro “Kardec — A biografia”, de Marcel Souto Maior (leia mais ao lado), com produção da Conspiração Filmes e direção de Wagner Assis, o mesmo de “Nosso lar” (2010), drama sobre encarnação e evolução espiritual que arrastou mais de 4 milhões de brasileiros aos cinemas. Há ainda o ensaio poético experimental “Je suis Kardec”, de Ricardo Carvalho, já pronto, e “Liberté”, em fase de pré-produção, com direção do francês Karim Soumaïla e produção do brasileiro Ricardo Rihan, da Lighthouse, a mesma de “As mães de Chico Xavier”.
— Estamos vivendo o momento do Kardec. As iniciativas que estão surgindo em torno do nome dele são
complementares, darão visibilidade à obra dele, assim como os filmes relacionados ao trabalho de Chico Xavier — avisa Rihan, que negocia uma parceria com produtoras francesas. — Nosso documentário tem um viés investigativo, tem o objetivo de procurar respostas para entender por que Kardec é desconhecido na França e muito estudado e seguido no Brasil. Cerca de 40% do filme serão rodados na França. Uma parceira francesa garante exibição em canais comerciais por lá.

Cinebiografia clássica
A versão desenvolvida por Assis, em parceria com o roteirista L. G. Bayão, se aproxima mais da cinebiografia clássica. “Kardec — O filme”, no entanto, não pretende cobrir toda a trajetória do cientista francês, mas deve se deter ao período em que Hippolyte Léon Denizard deixou de ser um mero professor da cidade de Lyon, no meio da França, e adotou o pseudônimo famoso, sugerido por um dos espíritos que recebia e o orientava em suas pesquisas nesse campo.
— Nosso filme é um recorte da vida dele. Vamos nos concentrar na transformação do homem comum no maior estudioso do tema no século XIX — explica Assis, que convidou, mas ainda não recebeu uma confirmação do ator Tony Ramos para viver o protagonista. — Já temos dois ou três distribuidores interessados no projeto, o que é bastante atípico em se tratando do mercado brasileiro. É mais uma prova do interesse pelo tema e da popularidade do Kardec.
Os primeiros estudos de Kardec resultaram em “O livro dos espíritos”, no qual descreve as noções básicas da doutrina. Publicado em 1857, o livro serviu de base para “O filme dos espíritos” (2011), de André Marouço e Michel Dubret, com produção da Estação da Luz, a ONG que produziu “As mães de Chico Xavier” e funcionou como consultora ou coprodutora de títulos como “Bezerra de Menezes — O diário de um espírito” (2008), assistido por meio milhão de espectadores.
A Estação da Luz assina a coprodução de “Liberté” e estuda o desenvolvimento ou o apoio a novos projetos nesse terreno.
— Nossos filmes não são voltados para um público específico, são obras mais abertas. Queremos aproximar o maior número de pessoas da abordagem científica e humanista que Kardec deu ao mundo espiritual — analisa Luís Eduardo Girão, da Estação. — Acredito que chegará o momento de respirarmos o ensinamento espírita como respiramos três anos atrás, com a safra relacionada a Chico Xavier.

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