sábado, 26 de abril de 2014

Videodocumentário: "Vida e obra de Eurípedes Barsanulfo"


Dia 1 de maio, entre tantas comemorações, é a data de aniversário de nascimento de um dos grandes divulgadores do Espiritismo no Brasil, cuja semente ainda hoje dá incontáveis frutos: Eurípedes Barsanulfo.
Pois, no aproximar dessa data, eis uma boa oportunidade para conhecer melhor a biografia desse grande trabalhador do Espiritismo e, por conseguinte, do Mestre Jesus, através do videodocumentário que compartilhamos com todos na janela abaixo.


quarta-feira, 23 de abril de 2014

Artigo "O artifício da meditação não pode engessar nossas mãos" por Jorge Hessen


Para nossa reflexão, compartilhamos com todos o artigo de autoria do estudioso espírita Jorge Hessen, publicado na revista online Luz na Mente.

A Luz na Mente - Revista on line de Artigos Espíritas

O ARTIFÍCIO DA MEDITAÇÃO NÃO PODE ENGESSAR NOSSAS MÃOS (Jorge Hessen)

Uma singular prática de reeducação de presos tem sido adotada na Índia. O Complexo Penitenciário de Tihar, em Nova Délhi, conquanto abrigue o dobro de sua capacidade oficial de encarcerados, conseguiu implantar o exercício do vipassana (“visão interior”), ideário adotado por Sidarta Gautama, o popular Buda. A técnica consiste em exercícios de meditação bem complexos. Os presos (voluntários) devem ficar algumas vezes por mês completamente em silêncio e meditar por 8 horas diárias – inteiramente inertes, sem mover nenhum músculo do corpo em busca de paz e “ascensão espiritual”.
Na concepção de Satya Narayan Goenka, idealizador da prática no presídio, a meditação ajuda a maior compreensão da realidade. Por essa razão, auxilia os presos a distinguir a clausura como uma etapa, uma jornada para se tornarem pessoas melhores e verdadeiramente livres. Segundo Goenka, os presos praticantes se tornaram mais “equilibrados”, motivo pelo qual a penitenciária passou a registrar menos incidentes violentos, a reincidência criminal dos praticantes que são libertados igualmente diminuiu. (1) A proposta de Satya Narayan é desafiadora sem dúvida, considerando o ambiente hostil de um presídio. Não deve ser nada simples a disciplina do corpo e da mente para introspecções (meditações) nas atmosferas de uma penitenciária.
A rigor, ao exercitarmos uma oração experimentamos alguma forma de meditação. Obviamente, com o exercício disciplinado dos pensamentos se pode chegar aos melhores resultados de uma prece. É quando se consubstanciam energias harmônicas em níveis de autoconsciência. Mas o domínio dos pensamentos, considerando a cultura ocidental, é de extraordinária dificuldade. Quase sempre nós ocidentais lançamos ideias vagas, pueris, sensuais, projetamos censuras, mantemos anseios utilitaristas, entulhamos as descargas neurológicas que geram amplo consumo de energia física e mental. Seguramente a concentração (meditação) no ambiente adequado pode aliviar a tensão emocional e patrocinar um nível de estabilização e alívio psíquico que tende a refletir no bem-estar físico e espiritual.
Obviamente, a prática meditativa aplicada por Narayan Goenka no presídio de Tihar não contém vínculos diretos com as finalidades espíritas. Não constam nos cânones das Obras Básicas as técnicas para meditação esotérica, embora não haja rigorosa incompatibilidade com os mandamentos doutrinários, até porque todo e qualquer exercício que favoreça o equilíbrio espiritual, deve ou pode ser estimulado. Entretanto, nesse caso específico, urge muita cautela; lembremos que não se deve confundir as irradiações mentais através da prece com a meditação mística, mormente aplicada pelo budismo. Em razão disso, a Doutrina dos Espíritos recomenda que não se instale nos centros espíritas salas específicas para meditações esotéricas.
Há instituições espíritas que promovem cursos para técnicas de meditação com base na cultura oriental, todavia é necessário ajuizar a inoportunidade de tais práticas. É preciso ter cuidado para que esses métodos não descaracterizem a proposta dos Benfeitores Espirituais, até porque as doutrinas vinculadas às práticas de meditações místicas têm suas próprias instituições destinadas ao exercício de meditação, e certamente nada impede que os “espíritas” ajustados com essas propostas busquem os núcleos não espíritas adequados e aí meditem quando, como e quanto desejarem.
Seja como for, é de bom alvitre que os “meditadores” não se esqueçam que qualquer exercício de meditação não deve ser inoperante, pois o ideal de concentração mais nobre, sem trabalho que o materialize, a benefício de todos, será sempre uma soberba prática improdutiva. Conservar, pois, a meditação transcendente no coração, sem nenhuma atividade nas obras de ampliação da caridade, da sabedoria e do amor, consubstanciados no emprego do amor e da fraternidade, consistirá em manter na terra viva do sentimento um ídolo morto, enterrado entre as flores agrestes nos jardins da ilusão.
Jamais olvidemos que enquanto diferentes doutrinas ensinavam a meditação (recolhimento contemplativo), o insulamento social completo, na busca do EU “profundo”, o Cristo elegeu peregrinar por entre a multidão, confortando uns, auxiliando outros, situando sua doutrina não através de vocábulos vazios ou artifícios místicos, todavia fundamentando-a no exercício da ação do amor, a exemplo da metáfora do samaritano que socorreu seu próximo na estrada de Jericó.
O Codificador, confessando Jesus, igualmente não se isolou numa atitude meditativa (contemplativa); sua meditação foi o exercício do Espiritismo através da caridade, na medida em que confortou numerosos necessitados, estimulou doações a desabrigados por meio da Revista Espírita, e junto de sua amada Amélie Gabrielle Boudet fez visitas a diversas famílias carentes. Justamente por sentir essa necessidade, Kardec lançou O Evangelho Segundo o Espiritismo, para mim a Carta Magna da Codificação, que se tornou imprescindível ao entendimento da angústia humana, assim como do desígnio da existência terrena, ensinando que a beneficência é o mais perfeito caminho a dar sentido e significado à nossa vida social. Aliás, Chico Xavier percebeu bem essa dimensão de Jesus e Kardec, uma vez que poderia ter ficado embevecido, em meditações e êxtases, deslumbrado ou arrebatado com as interligações diretas com mundo espiritual; contudo, praticando o EVANGELHO se consagrou a amar o próximo incondicionalmente.
Em suma, cremos que meditar é importante, desde que não paralise nossas mãos, nem nos faça abdicar dos convites dos Benfeitores Espirituais, uma vez que eles apontam a rota segura de uma meditação produtiva, que não nos hipnotiza com técnicas que centram atenções exclusivas em nós mesmos, até por que O Meigo Rabi nos conclamou a amar o próximo como a nós mesmos e não o oposto, ou seja, todo o amor, júbilo, contentamento que ansiamos para nós, devemos em condição de equidade aos nossos iguais.
Jorge Hessen
Referência:
(1) Disponível em http://super.abr il.com.br/cultura/presidio-meditacao-535964.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super acesso 19/04/2014


terça-feira, 22 de abril de 2014

Eventos Espíritas: programe-se e participe!

Eventos Espíritas

Veja a programação completa na página Eventos Espíritas.

Reflorescer


Praticando Musicoterapia







Videopalestra "O Amor convida, a dor exige" com Maria Saboleski


Os aspectos da união dos ensinamentos do Amor com a exigência da dor para a manifestação da sabedoria e caridade: este o ponto central desta extraordinária exposição proferida pela oradora Maria Saboleski na Fraternidade Espírita Irmã Maria da Vila Industrial, São Paulo Capital.

Clique aqui para assistir ao vídeo

domingo, 20 de abril de 2014

Mensagem espírita "Que brilhe a vossa luz"


Mensagem para a Páscoa, emitida pelo Espírito Irmão Matheus (Colônia Espiritual Maria de Nazaré), em 19 de abril de 2014, pela psicografia da médium: Lúcia.


Que Brilhe a Vossa Luz!

Eis meus amigos o convite do Mestre: Que Brilhe a Vossa Luz! Por que somos convidados a fazer com que nossa luz brilhe? Que luz é essa a brilhar? Esses questionamentos nos levarão a entendermos o verdadeiro significado da Páscoa, onde os cristãos celebram a vitória da vida sobre a morte. Importante se faz esclarecer que é a vitória espiritual que nos referimos, portanto o renascer em espírito.

A Luz que mencionamos é proveniente desse renascimento, da certeza que trazemos que independente do tempo cronológico elaborado pelo homem, chegará o momento em que o BEM e o AMOR triunfarão radiantes enaltecendo todas as criaturas.

Não seremos mais um ponto isolado de Luz, mas um gigantesco Sol a irradiar conjuntamente a Luz que aquece e alimenta todos os corações.

O Convite proposto por Jesus e revigorado a cada dia por nossa querida Maria de Nazaré, é a verdadeira missão de todo aquele que se diz espírita: que hoje sejamos melhores que ontem, que amanhã sejamos melhores que hoje e assim seja por todo o sempre.

Isto, amigos, é fazer com que a nossa Luz brilhe irradiando um novo tempo, tempo de renovação e glória. É a Páscoa vivida em sua plenitude e a todo instante. Não fiquemos parados nos conceitos que trazemos de ressurreição e reencarnação. Vamos caminhar mais profundamente na transformação do "velho eu" para o "novo eu". E evoluirmos em conhecimento e na prática do Amor. Muito mais do que religiões, cultos, filosofias e saberes intelectuais precisamos do saber do coração que se traduz em ação e testemunho de Amor.

A caminhada para a evolução é solitária, como foi à caminhada de Jesus ao calvário. Apesar de se fazerem presente Sua Mãe e Maria de Madagdala, o seu caminhar foi só, nos ensinando que cada qual tem que dar os passos necessários para o seu aperfeiçoamento. Com isso não queremos dizer que durante o percurso não tenhamos amigos e bons espíritos nos acompanhando, assim como Jesus teve no seu trajeto.

O que salientamos que é que por mais que eles nos amem não lhes cabe executarem o que cabe a nós. Vivamos, portanto a Páscoa cristã nos unindo a todos os cristãos, sendo Luz, celebrando a vitória do Amor no renascimento de cada criatura.

Que a paz de Jesus e a disponibilidade de Maria estejam com vocês acompanhando-os em toda a jornada. Com muito carinho,

sexta-feira, 18 de abril de 2014

18 de abril e o lançamento do Espiritismo

Há exatos 156 anos, portanto, em 18 de abril de 1857, as luzes do Espiritismo  a Doutrina Espírita — eram lançadas oficialmente através de um compêndio intitulado "O LIVRO DOS ESPÍRITOS", assinado por um até então desconhecido autor: Allan Kardec, publicado e apresentado ao público na galeria do Palais Royal, o mais importante centro de discussão sócio-político de Paris, França.


Palco de históricos acontecimentos, em meio aos seus clássicos cafés sociais, aquele palácio então deu vez a exposição de uma obra que revolucionaria aquela geração, sendo o marco de uma Nova Era para a Humanidade, pois que trazia o sumo da mais extraordinária novidade do Século XIX: os fenômenos espirituais, que deram partida ao movimento que ficou registrado como Moderno Espiritualismo — conforme se lê em Arthur Conan Doyle.
O LIVRO DOS ESPÍRITOSAs manifestações dos Espíritos eram abundantes, tanto naquela França quanto em todas as partes do Mundo. Porém, delas, basicamente, só serviam os curiosos, os místicos e os interesseiros. As pessoas consideradas sérias temiam envolver-se com tais ocorrências — seja pelo terror que a Igreja fazia, em oposição às manifestações, seja pela banalidade com que comumente se tratava seus efeitos. O que se via  de comum era o jogo de perguntas e adivinhações junto aos Espíritos nos espetáculos rotulados de Mesas Girantes.

Apesar dessa frivolidade, aos olhos de todos, inegavelmente, no fundo havia sim um elemento interessante nos fenômenos extrafísicos, faltando apenas alguém que, com seriedade, tomasse a dianteira e ousasse perscrutá-los — desafiando o clero e o choque de reputação. Esse pesquisador pioneiro e destemido então foi Allan Kardec.

Doravante "O LIVRO DOS ESPÍRITOS", homens nobres da política, dos quarteis, das academias de ciências e, enfim, de toda a sociedade parisiense, passaram a examinar com mais atenção o que a espiritualidade vinha bradar aos terrenos, que estavam então mergulhados num profundo materialismo — seja por descrédito às crenças (especialmente em virtude dos abusos cometidos pela opressão religiosa da Igreja Católica e pelo assustador fanatismo dos reformistas protestantes), seja em virtude da ilusão de um bem-estar humano a partir da Revolução Industrial e das novas doutrinas filosóficas inauguradas com o Iluminismo.
A Doutrina dos Espíritos trazia soluções simples e racionais para as grandes questões filosóficas que intrigavam a Humanidade desde os clássicos gregos. Sua mensagem de ética e de moral, resgatando a Boa Nova do Cristo, tocou os corações dos pensadores vanguardistas, aqueles realmente inclinados à reflexão intimista e ao bem comum. Seus conceitos referentes às capacidades e ao exercício da mediunidade especialmente vieram como salva-guardas para os médiuns e seus entes queridos — ambos aflitos pelo desconhecimento das faculdades e, principalmente, pelas consequências dos efeitos das manifestações, que na maioria dos casos, eram involuntários da parte dos sensitivos. O Espiritismo vinha explicar e regular o ofício seguro dos médiuns, livrando-os da acusação de loucura, demência, satanismo e charlatanismo.

Embora o trabalho tenha sido inspirado e administrado pela espiritualidade, deve-se a Allan Kardec os créditos da codificação do ensino dos Espíritos. Com sua esplêndida capacidade pedagógica, ele copilou de forma metódica os elementos básicos da nova Revelação, de maneira que prática e ao mesmo tempo consistente, permitindo que todos se beneficiem das propostas da Nova Era, sem permitir contradições que afetem a engenhosidade do sistema, garantindo que finalmente se possa ver nas leis da natureza divina os princípios de sabedoria, justiça e bondade — ao contrário do que as religiões e seitas plantaram da figura de Deus.
É bem verdade também — e infelizmente — que houve oposição: não por conceito ou razão filosófica, mas por sistema, por interesses variados. Conforme fora prenunciado, uma grande investida foi lançada contra o Espiritismo e, especialmente em decorrência de duas grandes guerras mundiais — sem contar a sorrateira Guerra Fria —, a França e, por conseguinte, a Europa inteira praticamente arremessou a Revelação Espírita às fileiras do misticismo.
Cabe a nós, espíritas, a cada novo 18 de abril hastear a bandeira de nossa venerável Doutrina e propagar a iluminação que o Espiritismo derrama à Terra. Portanto, mobilizemos em massa os conceitos kardecistas nas mídias, nas praças, nas ruas e, acima de tudo, em nossas consciências.


Aproveite e confira a videoaula sobre origem da Doutrina Espírita:



terça-feira, 15 de abril de 2014

Entrevista com Evandro Noleto Bezerra sobre o sesquicentenário de "O Evangelho Segundo o Espiritismo"


Entrevista com Evandro Noleto Bezerra sobre o sesquicentenário de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", tradutor da FEB (Federação Espírita Brasileira), publicada na revista O Reformador.



Entrevista: Evandro Noleto Bezerra

O aspecto ético, moral e religioso
Evandro Noleto Bezerra é entrevistado sobre os 150 anos de O evangelho segundo o espiritismo e sobre o lançamento bilíngue da 1ª edição da obra. Considera-a básica, o coroamento do vértice do tripé em que se assenta a Doutrina Espírita – seu aspecto ético, moral e religioso
Reformador: A FEB Editora lança agora uma edição bilíngue da primeira edição da obra?
Noleto: Sim. Da mesma forma como sucedeu com O livro dos espíritos, cuja primeira edição diferia substancialmente da edição definitiva de 1860, também a primeira edição do Evangelho da Codificação Espírita, que recebeu de Allan Kardec o título de Imitação do evangelho segundo o espiritismo, sofreu algumas alterações que houvemos por bem destacar por meio de notas de rodapé, à medida que surgiam ao longo da obra.
Embora não alcancem a profundidade nem a abrangência das alterações introduzidas na edição definitiva de O livro dos espíritos, não deixam de refletir o zelo, o cuidado e o empenho do Codificador em aperfeiçoar a sua obra, sobretudo em ordenar os capítulos e reuni-los segundo temática comum com vistas a facilitar a compreensão do leitor e tornar mais agradável e atrativa a sua leitura.
A par disso, a segunda parte do livro contém a reprodução eletrônica (digitalizada) da obra francesa original, tal como surgiu em Paris, em abril de 1864, a fim de que os leitores possam conferir as diferenças existentes entre o texto primitivo e o da 3ª edição da obra, publicada em 1866, revista, corrigida e modificada por Allan Kardec sob o título de O evangelho segundo o espiritismo, versão hoje utilizada no mundo inteiro.
A título de informação complementar, esclarecemos que a segunda edição do Evangelho, publicada em 1865, não passava de cópia idêntica da 1ª edição, exceto quanto ao título, que foi substituído pelo que hoje conhecemos e acompanhado, além disso, do subtítulo parte moral. Para tanto, o leitor poderá confrontar as folhas de rosto da 1ª, 2ª e 3ª edições no final da obra.
Qual a diferença entre a primeira edição e a considerada definitiva?
Quanto às diferenças principais, além do título, já citado, a 1ª edição do livro compõe-se de  5 capítulos, em vez dos 28 que constituem a edição definitiva. Os parágrafos têm numeração corrida, de 1 a 420, o que os diferencia da 3ª edição, cuja numeração inicia e finaliza em cada um deles.
Ao confrontar as duas edições, percebemos que ambas são idênticas até o capítulo XXII, mas incorporando-se como novos os capítulos XXIII e XXVI. O capítulo XXIV da 1ª edição, com algumas modificações, passa a ser o capítulo XXVIII da 3ª edição, com o mesmo título: Coletânea de preces espíritas. É importante destacar que, nesse capítulo, Kardec desenvolve a “Oração Dominical”, versículo a versículo, o que não ocorria na Imitação do evangelho, onde a prece de Jesus foi simplesmente transcrita sem qualquer comentário. Também desaparece o capítulo do livro Máximas Diversas, embora muito do que ali se achava contido fosse incorporado a outros capítulos do livro, notadamente os intitulados Estranha moral e Buscai e achareis, que passaram a fazer parte da edição de 1866 e que não existiam na edição princeps do livro. Outra diferença entre a 1ª e 3ª edições é que os parágrafos são bem mais longos na edição de 1864, em comparação com a de 1866, o que poderia tornar enfadonha a leitura e cansar o leitor, problema resolvido na 3ª edição, onde eles são mais “enxutos” e quase sempre relacionados aos subtítulos que lhes correspondem. Em suma, ao imprimir à 3ª edição uma feição muito mais metódica, ao fundir as matérias contidas em alguns capítulos para formar outros e ao acrescentar mais três capítulos, Allan Kardec enriqueceu o conteúdo da obra, tornando sua leitura e as buscas por determinado assunto muito mais fáceis, providência que, longe de lhe desvirtuar a essência, tornou mais leve e agradável a leitura da mensagem de Jesus, pondo-a ao alcance de todas as inteligências.
Por que Allan Kardec mudou o título da obra?
Conforme palavras suas, exaradas na segunda parte de Obras póstumas, “mais tarde, em razão das reiteradas observações do Sr. Didier [amigo e principal editor de suas obras espíritas], bem como de algumas outras pessoas, mudei-o [o título do livro] para O evangelho segundo o espiritismo”. É possível, e isso não passa de especulação nossa, que tenha pesado na decisão o fato de o vocábulo imitação poder ser considerado uma paródia, uma versão de segunda classe do Evangelho de Jesus, fato que poderia ser aproveitado pelos detratores da Doutrina, sempre à busca de algo para desacreditá-la.
Qual sua sensação ao se deter nas traduções de O evangelho segundo o espiritismo?
A mesma que experimentei ao traduzir a edição histórica de O livro dos espíritos, publicada em 1857, ou seja, mergulhar diretamente na fonte cristalina dos ensinamentos emanados da Espiritualidade superior, enriquecida pelos comentários judiciosos e oportunos de Allan Kardec, ao complementar e desenvolver as passagens inesquecíveis da Boa Nova dentro daquela lógica, daquele espírito de síntese e da objetividade que lhe caracterizam o estilo.
É como se o próprio Cristo, em pessoa, se destacasse das páginas do livro e viesse, uma vez mais, nos conclamar à fraternidade e ao amor incondicional aos semelhantes, tal como sucedeu há dois mil anos na Galileia distante.
Algum capítulo chamou-lhe mais atenção?
É muito difícil destacar um capítulo de outro, tamanha é a importância dos ensinamentos tratados em cada um deles.
Posso apontar os que mais aprecio, sem desmerecer os demais: capítulos VI (O Cristo Consolador); X (Bem-aventurados os que são misericordiosos); XII (Amai os vossos inimigos); XV (Fora da caridade não há salvação); e XVII (Sede perfeitos).
Como você considera este livro no conjunto da Codificação?
Como a obra básica que coroa o vértice do tripé em que se assenta a Doutrina Espírita  seu  aspecto ético, moral e religioso, e também porque, conforme palavras de Allan Kardec, a parte moral do Evangelho de Jesus “é o terreno onde todos os cultos podem reunir-se, a bandeira sob a qual todos podem abrigar-se, quaisquer que sejam suas crenças, porque jamais constituiu matéria das disputas religiosas”, fato que nem sempre está ao alcance dos que só interpretam o Espiritismo à luz da Filosofia ou da Ciência…
Sesquicentenário do Evangelho: qual sua visão para o futuro?
A despeito da violência e das desigualdades sociais ainda presentes na Terra, que a todos nos chocam e envergonham, vejo o futuro com muita fé e otimismo. Tudo indica que passamos por uma fase de transição, em que o nosso planeta será promovido a mundo de regeneração, em que o homem, embora sujeito a vicissitudes das quais só estão isentos os seres completamente desmaterializados e ainda tenha provas a sofrer, já não experimenta as pungentes angústias da expiação. E tudo isso já era previsto 150 anos atrás no capítulo III da Imitação do evangelho segundo o espiritismo…

domingo, 13 de abril de 2014

Mensagem Espírita: "Viver e Morrer"


Mensagem Espírita ditada pelo Espírito Irmão Matheus (Colônia Espiritual Maria de Nazaré), pela mediunidade de Lúcia, em 2 deste abril, 2014.



Viver e Morrer

Trazemos conosco versão muito limitada de "viver" e "morrer". Convencionamos, por aprendizado equivocado de milênios, que vida é sempre a alegria, o novo, o desabrochar, enquanto que morte é só dor, melancolia, saudade, o velho, o sucumbir.

Se neste momento pararmos e nos dedicarmos a compreender mais profundamente o que sejam esses conceitos, vamos descobrir que viver às vezes significa "morrer" e que outras tantas vezes morrer significa "viver". Viver é alegria, mas também esperança, imortalidade, oportunidade, responsabilidade, missão, comprometimento e Deus. Morrer nos remete a ruptura, mudança, aprendizado, maturidade, evolução, fé, comprometimento, e a Deus.

Portanto meus amigos, viver não é simplesmente manter o coração pulsando e o organismo fisiológico funcionando. É ter consciência de que novas e antigas oportunidades se descortinam a cada escolha, a cada vez que usamos o nosso livre arbítrio. Toda escolha exige responsabilidade, pois sabemos de nossa interligação com todo o Universo. Viver, portanto é optar todos os dias por conhecer e praticar a Lei do Amor contida no evangelho que o Mestre nos deixou. É assumir a missão enquanto filhos de Deus de nos colocarmos a serviço do Pai, sendo o Seu instrumento de serviço ao outro.

Assim questiono: quando realmente vivemos? Podemos nos considerar vivos? E morrer? Como compreender de maneira mais profunda esse verbo "pesado"? Morte nada mais é do que uma ruptura. Ruptura que pode se dar com o corpo físico ou com nossos sentimentos, as nossas imperfeições, nossas vibrações e emanações. Ainda podemos considerar a morte como a falta de esperança, a falta de fé e a ausência de Deus.

Neste momento abro um parêntese para explicar a ausência de Deus que consideramos morte, pois essa frase pode suscitar dúvidas e o entendimento errôneo de que estaríamos em contradição com outras mensagens enviadas, o que não procede. Sabemos que o "Eu Crístico" ou Centelha Divina é onde encontramos Deus de forma latente, dentro de nós; assim sendo, sempre presente e vivo. Mas, no estado de latência é como se estivesse ausente, pois fica impossibilitado de Se fazer presente em nosso dia a dia. Para que Ele aja é preciso nosso consentimento.

E é dentro deste contexto que comparamos a ausência de Deus com o morrer. Negando (ausentando) Sua presença nos permitimos ficar na ignorância, onde nosso orgulho e egoísmo controlam nossos atos, palavras e pensamentos, nos remetendo a profunda tristeza, melancolia e dor... exatamente como definimos o conceito de morte num
primeiro momento.

A morte se torna vida, quando guiados pelos espíritos de luz, através de nossa vontade, perseverança, estudo e prece, vamos lentamente deixando que morra os nossos vícios como inveja, imediatismo, egoísmo, orgulho e tantas outras imperfeições. Nesse momento estamos morrendo para viver, pois estamos processando a nossa reforma íntima nos tornando criaturas mais amadurecidas espiritualmente.

Assim a morte passa a significar celebração de Vida Plena com o Pai. Vivenciamos a vida e a morte a todo instante na sabedoria infinita da Lei natural que rege a tudo. Vejamos: é preciso que a flor morra para se transformar em fruto e depois esse fruto morra para se transformar em semente e assim uma nova vida seja gerada. Cada qual permanece o tempo necessário para desenvolver sua missão no breve espaço de tempo que lhe é concedido dentro do seu contexto de aprendizado para a evolução espiritual.

Jesus nos ensina que ninguém é tão pobre que nada possa oferecer e que ninguém é tão rico que nada possa receber. Em analogia a essas palavras construo o seguinte raciocínio: ninguém é tão "vivo" que não possa "morrer" e ninguém é tão "morto" que não possa "viver". Dentro de nós existe sempre algo que precisa renascer ou ser despertado, como também existe algo que precisamos deixar sucumbir para seguirmos em frente em nossa caminhada de evolução.

Sugiro que esta semana dediquemos alguns instantes de reflexão para elencarmos algo que existe dentro de nós e precisamos deixar "viver" e algo dentro de nós que precisamos deixar "morrer". Vida e morte, meus amigos, compõem o caminho que trilhamos em busca da felicidade.

Deixo-lhes com a paz do Mestre e a doçura e proteção de Maria de Nazaré.


Videopalesta "A Alegria do Trabalho no Bem: Caridade com Felicidade" com Nazareno Feitosa


Vídeo da Palestra "A Alegria do Trabalho no Bem: A Caridade como meio de alcançar a Felicidade - 50 Anos USE Jales" com Nazareno Feitosa (Comunhão/FeDF) na A. E. Beneficente Bezerra de Menezes em Jales/SP, 31/01/2014. Se você acha que esse vídeo pode ser útil para alguém, clique em "gostei/curtir" no Youtube e compartilhe em suas redes sociais. Quanto mais votos positivos, mais facilmente ele poderá ser encontrado nas pesquisas. Confira outros vídeos, inclusive em outras idiomas em: http://www.nazarenofeitosa.com.br e http://www.tvcei.com. Inscreva-se em nosso canal do Youtube e receba avisos a cada novo vídeo enviado: http://www.youtube.com/nazarenofeitosa. A exibição desse vídeo é gratuita, mas se você gostou da palestra, faça uma doação para a casa espírita que frequenta, para a federativa do seu estado, ou para instituições que divulgam a Doutrina, como a TVCEI, o Conselho Espírita Internacional, etc.



sábado, 12 de abril de 2014

Artigo: "Cura de corpo perecível não é finalidade de um Centro Espírita" por Jorge Hessen


Recebemos a indicação do seguinte artigo e gostaríamos de compartilhar com todos, para que possamos fazer uma boa reflexão sobre a questão.

A Luz na Mente - Revista on line de Artigos Espíritas

CURA DE CORPO PERECÍVEL NÃO É FINALIDADE DE UM CENTRO ESPÍRITA (Jorge Hessen )

Homero Pinto Vallada Filho, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, garante que, sob o ponto de vista social, a terapia complementar religiosa (ou espiritual) é uma aliada importante dos serviços de saúde. Recentemente Homero orientou a pesquisa concretizada pela médica Alessandra Lamas Granero Lucchetti, objetivando mostrar a dimensão do trabalho realizado pelos centros espíritas, o grande número de atendimentos prestados e os diferentes serviços oferecidos.
Lamas Granero obteve fazer um levantamento inicial de 504 centros espíritas da capital paulista que possuíam site na internet contendo endereço de contato. Notou que os principais motivos para a procura pelo centro espírita foram os problemas de saúde, mormente vinculados à depressão (45,1%), ao câncer (43,1%) e doenças em geral (33,3%). Também foram constatados relatos de dependência química,  problemas de relacionamento.
Aspecto que destacamos na pesquisa da médica é que nos tratamentos realizados, a prática mais presente foi a desobsessão (92,7%) e a menos frequente (graças a Deus!!!…) foi a cirurgia espiritual, e mesmo nessas cirurgias não havia os agressivos cortes (5,5%) – ótimo!… Outra coisa alvissareira que constatamos no estudo de Alessandra é que em quase todos os centros os pacientes são orientados a continuar com o tratamento médico convencional, caso estejam fazendo algum, ou mesmo com as medicações indicadas pelos médicos. Parece que os espíritas estão realmente mais conscientes.
Confirma-se assim o que estamos indicando em diversos artigos publicados sobre a temática: o Centro Espírita não pode e não deve ser um complexo hospitalar, entronizando métodos de cura física para os doentes que o procuram. Entretanto, deve priorizar a educação da alma em que se destaca a terapêutica da informação da Doutrina Espírita, considerando a terapia do espírito, a fim de que os doentes (espirituais) possam curar suas próprias moléstias (físicas).
O Centro Espírita é um pronto-socorro aos necessitados de amparo e esclarecimento, seja através da evangelização, das orações ou dos tratamentos espirituais; ou seja, pelas orientações morais e materiais. A Casa Espírita oferece as bênçãos do passe, que sabemos ser um método tradicionalmente eficaz para transmissão de fluidos magnéticos e espirituais em favor daqueles que se encontram, moral e fisicamente, descompensados, fortalecendo-se-lhes o corpo físico e o tecido espiritual (períspirito).
Portanto, é contraproducente transformar o centro espírita em hospitalzão, a fim de atender a todas as enfermidades físicas; isso é uma alienação, é perder o foco da prática espírita. Mas não há contradição em uma atividade de atendimento a enfermos portadores de problemas espirituais. Pode-se aplicar-lhes passes magnéticos, ofertar-lhes a água magnetizada (se for o caso), mas a tarefa fundamental do Centro Espírita é clarear e despertar a consciência daqueles que o procuram.
É bem verdade que a pesquisa de Lamas Granero descreve as atividades realizadas nos centros espíritas e salienta não só a importância social desempenhada por eles, mas também a contribuição ao sistema de saúde como coadjuvante na promoção da saúde, algo que a grande maioria dos acadêmicos desconhecem.
Reenfatizamos mil vezes que o centro espírita não tem por escopo principal a cura dos corpos perecíveis; fica bem nítido o equívoco em que incorrem os companheiros que, inadvertidamente ou empolgados excessivamente, prometem curas milagrosas para patologias que a medicina humana não cura. Todas as terapias para tratamento físico são secundaríssimas, até porque tratam de efeitos considerando a percepção que os enfermos têm da vida e sua maneira de viver. Para que as superficiais terapias (físicas) tenham efeito duradouro é preciso que os doentes busquem a transformação moral, pois a enfermidade é sempre um reflexo da alma, revelando que algo não vai bem na história comportamental do doente.
Uma casa espírita orientada pelos cânones de Allan Kardec prioriza o esclarecimento ao doente, informando-lhe que somente mudando a atitude equivocada que ocasiona a enfermidade é que se possibilita a cura. Quando não há uma transformação moral verdadeira a recuperação física será temporária, pois as doenças têm suas causas nos desequilíbrios morais. É exatamente assim a vida: colhemos o que semeamos, seja desta atual encarnação, seja das vidas anteriores.
Por fim, diante de todos os males e quaisquer doenças, a casa espírita deve orientar os doentes para a mudança de comportamento, centrando os pensamentos e os ideais em Jesus, pois o remédio da enfermidade é e sempre será a prática do Evangelho.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

2 de abril: Aniversário de nascimento de Chico Xavier - Saudade e gratidão!


Neste 2 de abril, comemoramos mais um aniversário de nascimento de Francisco Cândido Xavier, o nosso querido e inesquecível Chico Xavier.
Para os que acabaram de desembarcar na Terra e desconhecem a maravilhosa biografia deste personagem revolucionário da História do Espiritismo e da Humanidade, recomendamos algumas fontes:

Na enciclopédia livre Wikipédia

Em vídeo, a minissérie (que virou filme)

Com um pouco mais de detalhes, pelo livro biográfico "AS VIDAS DE CHICO XAVIER" de Marcel Souto Maior.

E, para aliviar um pouco a nossa saudade do querido médio, que tal vê-lo e ouvi-lo no grande momento de sua trajetória pública? Então, veja como o foi a histórica edição do programa Pinga-fogo da TV Tupi.

Para completar, uma homenagem musical para o querido Chico:




terça-feira, 1 de abril de 2014

Videopalestra "Ectoplasmia e materialização de espíritos" com Dr. Paulo Cesar Fructuoso


Um dos temas mais intrigantes e, ao mesmo, controverso no que tange aos limites do Espiritismo e a Ciência, é quanto a possibilidade de os Espíritos manipularem a matéria presente em nossa dimensão e formar efeitos físicos e claramente visíveis aos olhos humanos.
Então, para nosso estudo e reflexão, compartilhamos essa brilhante palestra do Dr. Paulo Cesar Fructuoso (Mestre em Medicina pela UFF) no Lar de Frei Luiz, abordando aspectos dos fenômenos da materialização de espíritos, ectoplasmia, conciliando com as mais novas pesquisas científicas sobre o tema.
No vídeo, vamos ver fotografias incríveis de registros de sessões de efeitos físicos, em ocasiões de cirurgias espirituais e aparições de entidades em diversas e curiosas situações, com cenas fortes e questionadoras.
Confira pela janela abaixo:



Eventos Espíritas: programe-se e participe!

Eventos Espíritas

Veja a programação completa na página Eventos Espíritas.



A música segundo o espiritismo



União & Harmonia