sexta-feira, 30 de março de 2018

Calendário Histórico Espírita: 31 de março


31 de março é uma data de pelo menos três grandes eventos para a História do Espiritismo, a saber: 1) Marco do surgimento do Espiritualismo Moderno; 2) desencarnação do codificador espírita, Allan Kardec; 3) aniversário de nascimento da médium Eusápia Palladino.


Marco do surgimento do Espiritualismo Moderno

O Espiritualismo Moderno — também chamado de Moderno Espiritualismo ou ainda Neoespiritualismo — foi um movimento de cunho religioso com desdobramentos científicos, surgido em meados do século XIX, que desafio o crescente movimento materialista, ateísta e antirreligioso, através da promoção e evidência dos fenômenos espirituais que então serviam como demonstração prática da sobrevivência da alma pós-morte e da possibilidade de manifestação dos Espíritos na dimensão física.

Considera-se que o marco inaugural desse movimento é o caso das manifestações espirituais de Hydesville, EUA, através das irmãs Fox que, na noite de 31 de março de 1848, travaram o primeiro diálogo com o Espírito que perturbava a casa onde elas moravam com seus pais. A família Fox criou um sistema de código a partir de batidas (tiptologia) para se comunicar com a entidade espiritual e dela extrair informações que foram confirmadas por testemunhas.

Irmãs Fox: Katie, Maggie e Leah

Os acontecimentos com a família Fox e seu método de interrogação com a espiritualidade inspiraram sessões de evocação de Espíritos em todo os Estados Unidos, inicialmente, sendo depois exportado para a Europa e demais partes do globo, num fenômeno de massa registrado como "Mesas Girantes".

Saiba mais sobre Espiritualismo Moderno na Enciclopédia Espírita Online.


Aniversário de nascimento da médium Eusápia Palladino

Comemoramos no último dia de março o aniversário de nascimento de uma personagem muito importante para o Espiritismo. A jovem italiana Eusápia Paladino (1854-1918) foi uma das mais célebres médiuns de efeitos físicos de seu tempo em todo o mundo, tendo sido estudada por vários pesquisadores renomados, dentre os quais William Crookes, Charles Richet, Cesare Lombroso e Alexandre Aksakof. Entre os fenômenos típicos de sua mediunidade estavam os de levitação de objetos e materialização de Espíritos.

Mediunidade de Eusápia Palladino estudada por Aksakof


Desencarnação de Allan Kardec

Allan Kardec dispensa apresentação, mas neste 31 de março, quando se completa 149 anos de sua desencarnação, convém refletirmos exatamente sobre as consequências desse fato histórico para a continuação do movimento espírita. Depois de realizar uma obra fantástica e, ainda por cima, ter o cuidado de elaborar todo um planejamento para a sua sucessão, Kardec partiu para o plano espiritual — de onde certamente continuou colaborando com o desenvolvimento da Doutrina Espírita — na esperança que seus continuadores tocassem em frente esse projeto revolucionário.

No entanto, inclusive com base em documentos recém descobertos sobre a historiografia espírita, viu-se que seus planos para a continuação do movimento espírita não se realizaram conforme a estruturação traçada pelo codificador.

A propósito, uma ótima sugestão para o final de semana é o filme documentário Espiritismo à Francesa: a derrocada do Movimento Espirita Francês.


Para saber mais sobre eventos de interesse para a História do Espiritismo, visite a página Calendário Histórico Espírita.

quinta-feira, 29 de março de 2018

Papa Francisco afirma que "inferno não existe" — ou não disse?


A cúpula do Vaticano — bem como os católicos ortodoxos ao redor do mundo — estão cada dia mais apavorados com o comportamento do papa Francisco, o novo papa pop (o primeiro foi João Paulo II). Seu jeito de ser "simples" irrita os mais conservadores, para quem o sumo pontífice deve seguir o protocolo portando-se com o cerimonialismo que o cargo exige. Mas não é só isso.

A polêmica da vez é uma suposta declaração de Francisco sobre uma questão teológica espinhenta: "o inferno não existe" — teria dito ele, segundo uma entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal italiano La Repubblica. O Vaticano desmente a afirmação.

Segundo o referido periódico, em entrevista a Eugenio Scalfari, fundador e ex-editor-chefe do jornal romano, o chefe da Igreja Católica teria declarado: "O inferno não existe, o desaparecimento das almas dos pecadores existe". O artigo só pode ser lido na internet por assinantes, mas foi repercutido pelo inglês The Times.

Em nota, o Vaticano afirma que Francisco recebeu o jornalista em um "encontro privado por ocasião da Páscoa", mas que a audiência não se tratava de uma entrevista. Diz também que as falas do papa são uma "reconstrução" do repórter. "Nenhuma aspa do artigo mencionado deve ser considerada, portanto, como uma transcrição fiel das palavras do Santo Padre", diz o comunicado.

Scalfari, que se declara ateu, já teve outros encontros com o papa Francisco. Em setembro de 2013, o próprio pontífice escreveu uma carta ao jornal, respondendo a um artigo de Scalfari, na qual fala sobre a relação da igreja com os "não crentes".

"Deus perdoa quem segue a própria consciência", disse o papa na época, sobre os ateus.

A nota oficial do Vaticano é esta:
"O Santo Padre Francisco recebeu recentemente o fundador do jornal La Repubblica em uma reunião privada por ocasião da Páscoa, sem lhe dar nenhuma entrevista. O que é relatado pelo autor no artigo de hoje é o resultado de sua reconstrução, em que as palavras textuais pronunciadas pelo Papa não são citadas. Nenhuma aspa do artigo mencionado deve ser considerada, portanto, como uma transcrição fiel das palavras do Santo Padre."
Especula-se largamente que, de fato, Francisco não acredita no inferno — e talvez em muitos outros conceitos doutrinários do catecismo católico. Vez ou outra circulam citações polêmicas em seu nome e é inegável que se trata de um papa bem liberal, muito acima da tradição da igreja romana. E considerando que seu antecessor (papa Bento XVI) era ultraconservador, vê-se então um choque cultural jamais imaginado. 

As opiniões pessoais de Francisco distam bastante do convencional construído até então pelo alto clero católico. Com isso, muitos estudiosos que acompanham o dia a dia do Vaticano levantam a questão: a pessoa do papa tem o direito de expor ideias particulares quando elas, no mínimo, são teologicamente duvidosas conforme a tradição católica?

Se o papa Francisco acredita ou não no inferno, isso não tem maiores implicações, já que a estrutura da Igreja Católica é bem rígida e oferece pouca expectativa de uma "revisão teológica". Ou seja, não é de se esperar para tão breve um concílio que altere a disposição catequética atual do Vaticano quanto ao conceito do inferno. Em geral, a igreja atual sempre muito atrasada acerca de novas proposições. A admissão do erro da teoria do geocentrismo, por exemplo, custou séculos, mesmo depois de fartamente demonstrada pela ciência.

Até que a igreja admita que leis naturais tão lógicas e evidentes como a reencarnação e a progressão espiritual pós-morte, muitos fieis ainda sofrerão psicologicamente com o temor das chamas do inferno. Contudo, o papa Francisco não deixa de ser uma rachadura — ainda que pequena — no já envelhecido alicerce do catolicismo, uma brecha aberta para o alerta de uma iminente reforma que, cedo ou tarde, o Vaticano se verá forçado a fazer.

Logicamente que o fato de a Igreja aceitar ou não uma verdade não determina que essa verdade exista ou não, pois a natureza superior não precisa da sanção do homem e das instituições terrenas para estabelecer as coisas: é Deus quem estabelece o que é ou não verdade. Todavia, pela influência que tem, o catolicismo, em reformulando suas concepções, muito pode contribuir com o avanço espiritual do nosso planeta, assim como as ciências regulares. Quando o micromundo das bactérias e seus efeitos nocivos foram revelados cientificamente, uma nova cultura de higiene e outros meios de prevenção se estabeleceram e muitas afecções e doenças simples deixaram de ceifar vidas e vidas como noutros tempos. Assim sendo, quanto a humanidade não poderia evoluir mais rapidamente se a ciência e a igreja se juntassem ao Espiritismo na propagação das verdades espirituais!

Fonte G1

quarta-feira, 28 de março de 2018

Uma postura espírita diante da tradição da Semana Santa


Chegamos a mais uma "semana santa" e é natural que algumas pessoas ponderem sobre qual deve ser o comportamento espírita diante dessa temática, tendo em vista toda a apelação — para não dizer exploração mesmo — que se faz com ela — seja uma apelação religiosa, no sentido de proselitismo; seja a exploração financeira (veja-se, por exemplo, a campanha comercial que se faz da páscoa associando-a à festa do coelhinho que distribui chocolates). Vamos então refletir um pouco sobre isso. 


Rito litúrgico católico 

A "semana santa" é uma sequência ritualística tradicional dentro do cronograma litúrgico da igreja católica, compondo um dos chamados "tempos fortes" do calendário cristão, que celebra a passagem histórica desde a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (celebrada no "domingo de ramos") até a festa d páscoa e ressurreição do Messias (domingo de páscoa). 

Os principais propósitos de reproduzir anualmente esses eventos históricos dentro desse período hebdomadário especial certamente são os de rememorizar os acontecimentos — inclusive para efeito catequético, no sentido de educativo — e promover a renovação da fé e disciplina dos fieis em relação aos compromissos religiosos com sua igreja, tal como se faz com outros feriados religiosos, por exemplo, o Natal e o dia do corpo de Cristo (Corpus Christi).


O rito litúrgico da semana santa começa com a consagração da festa de ramos, representando o dia quando o Cristo foi recebido na cidade santa dos hebreus como sendo o filho de Deus, profeta e rei dos judeus, sendo saudado com ramos de oliveira e aclamado ao som de "hosanas" (que no judaísmo significa o apelo "salve-nos, por favor", e para o cristianismo católico tem o valor de uma aclamação honrosa "bendito"). Jesus evidentemente já havia ido a Jerusalém diversas vezes, mas aquela — que seria a sua derradeira entrada na capital hebreia — foi extraordinária, abrindo o ciclo cerimonial decisivo para a obra do Mestre galileu na Terra. 

Na sequência do rito, a liturgia católica apresenta passagens bíblicas que evocam a vocação de Jesus para a "redenção da humanidade" e as suas previsões para o final dos tempos, o juízo final e as promessas para o ressurgimento da vida no paraíso para os "eleitos". Em meio a essas exortações, tem-se a celebração da quarta-feira de trevas, que lembra a traição de Judas Iscariotes, cujo contexto católico tradicional tende a satanizá-lo, enquanto que novas interpretações encontram naquele apóstolo um propósito de certo modo bem intencionado — ainda que equivocado. Sobre isso, aliás, vale a pena conferir: "Retratos e Judas Iscariotes" e "O Evangelho de Judas - documentário".


Na quinta-feira santa celebra-se a última ceia do Cristo e se reproduz a cerimônia de lava-pés, quando Jesus, em sinal de extrema humildade, lavou os pés de seus discípulos e, também, fez o prenúncio a Pedro que ele negaria o seu mestre por três vezes.

A seguir, vem a sexta-feira santa, ou sexta-feira da paixão de Cristo, relembrando o dia do julgamento, condenação e crucificação de Jesus. Nesse dia, é típico a encenação do fatídico sacrifício do Messias. Inclusive, esta é a única data do ano que os eclesiásticos católicos não reproduzem a solenidade da eucaristia (consagração do corpo do Cristo na hóstia).

O chamado "sábado de aleluia", faz-se a vigília santa, em preparação para o dia seguinte, o grande dia da festa da páscoa, quando os judeus relembram o dia em que seus antepassados fugiram da escravidão no Egito, guiados por Moisés, enquanto os cristãos católicos celebram a ressurreição de Jesus. Saiba mais em Visão espírita da Páscoa.


Apelação e exploração da Semana Santa

A influência da igreja católica em nossa sociedade, dentre outras formas, fica evidenciada na imposição de feriados religiosos. Durante a semana semana então temos o feriado da sexta-fera da paixão. Se a festa de ramos e a festa da páscoa não fossem em domingos, provavelmente seriam também feriados nacionais, pela importância litúrgica de seus eventos históricos.

Na verdade, em tempos mais remotos, toda a semana santa era envolta de um cerimonialismo cujo aspecto principal era o recolhimento dos fieis. Exceção feita ao domingo da páscoa — cuja natureza é exatamente de festa —, era moralmente proibido comemorações, consumo de bebidas alcoólicas e manifestações públicas com conotação festiva; era tempo de intenso jejum e até sacrifícios físicos para expiação de pecados e demonstração de consternação pelo martírio de Jesus. Não era, até mesmo, autoridades religiosas, beatos e católicos mais ortodoxos vigiarem os fieis e lançarem censura e reprovação pública contra aqueles que não se portassem à moda da época — o que para muitos não passava de apelação religiosa e uma flagrante hipocrisia, em face dos próprios pecados da igreja. Nisso, os irmãos cristãos apartados da igreja romana, como os chamados evangélicos protestantes, aproveitam para opor-se aos dogmatismo e cerimonialismo dos católicos.


E alheio a esse desentendimento doutrinário vem os exploradores de plantão. Como se sabe, a festa religiosa da páscoa tem dado lugar à corrida pelos — caríssimos, inclusive — ovos de páscoa. O apelo comercial imposto pelo estilo de vida moderno já está consagrado em nosso convívio. Religioso ou não, todos somos arrastados por essa cultura. E quem se arrisca a ser chamado de "retrógrado" ao não participar dessa nova tradição? 


Uma postura espírita

Qual então a postura ideal do espírita em meio a essas fortes tradições? Participar do ensejo histórico e também "mergulhar" no enredo e celebrar os eventos cristãos, como normalmente fazemos no Natal? Desdenhar as datas, como fossem dias absolutamente normais? Estabelecer uma nova tradição que suplante as outras?

Bem, para começar, muito provavelmente o convívio familiar e social dos espíritas é mesclado com pessoas de outras convicções religiosas ou mesmo de não religiosos e até ateus. Invariavelmente, portanto, estamos inseridos nessas tradições e não nos é possível simular que estamos em dias normais — especialmente na sexta-feira da paixão e no domingo de páscoa.

Muito provavelmente temos pessoas muito próximas a nós que sejam católicas e apreciem cultuar o rito da semana santa, levando muito a sério toda a liturgia, inclusive, sob uma compostura até mórbida, de tristeza mesmo pelo padecimento sofrido por Jesus. Diante dessas pessoas, cumpre-nos o maior respeito por sua crença e compostura — embora, sem a necessidade de participar de tal modo de ser.


Diante de não religiosos e ateus sarcásticos que aproveitam tempos fortes como esses para criticar e zombar dos fieis, convém mostrar nossa séria desaprovação a qualquer desfeita aos nossos irmãos crentes, mas também conservando o espírito de caridade moral para com esses descrentes.

Quanto à possibilidade de suplantar as primitivas tradições religiosos por força de uma nova tradição, não seria o acaso de criarmos uma nova liturgia, com formalidades ou algo parecido, até porque a Doutrina Espírita não admite nada semelhante a isso — não porque isso fosse pecado, mas porque não seria racional admitirmos um culto exterior para validar nossa espiritualidade.

É verdade que grande parte dos espíritas de hoje vem de outras crenças, e notadamente do catolicismo. Daí, por força da tradição inclusive enraizada no subconsciente, na memória espiritual construída ao longo de várias reencarnações, é comum que alguns se inclinem à beleza do cerimonial religioso — e não podemos negar essa beleza, como não o negamos a beleza das antigas mitologias e tradições místicas — e até sintam um certo "vazio" na prática espírita, pela falta das celebrações pomposas em comparação com o que as igrejas promovem. Normal, mas irracional.

Então, por nossa vez, conscientes da luz que o Espiritismo nos fornece, temos o desafio de aproveitar esses tempos fortes de antigas tradições e, respeitosamente, procurarmos "desconstruir" essas irracionalidades através da racionalidade. Por exemplo, aproveitando o ensejo cronológico, reinterpretar os eventos e semear essa reinterpretação, conforme os esclarecimentos espíritas: no caso da paixão de Jesus, desfazer o conceito vulgar de um Cristo salvador simplesmente pelo "seu" ato na cruz; reinterpretar também o conceito de "ressurreição" em face da realidade da lei natural de reencarnação, etc.


Se vai ter ou não ovo de chocolate no almoço de domingo, pouco importa, especialmente se aproveitarmos o encontro familiar e semearmos um pouco da Boa Nova de Jesus, rememorando nossos compromissos espirituais. É tempo de semear e nós espíritas temos em nossas mãos as melhores sementes do Evangelho de Jesus. Não percamos essa oportunidade e sejamos servos da luz.

sábado, 24 de março de 2018

Novo verbete da Enciclopédia Espírita Online: "Pneumatografia"


A nossa Enciclopédia Espírita Online acaba de ganhar mais um verbete: "Pneumatografia", também correspondente a "Escrita Direta", que é um tipo de fenômeno espiritual.

Veja a síntese do verbete:
Pneumatografia (do grego pneuma: sopro, Espírito + graphein: escrito, descrição, estudo), também chamada de Escrita Direta, é uma variedade de fenômeno mediúnico, da classe de efeitos físicos, em que um Espírito manifesta-se através de uma representação gráfica (texto ou imagem) diretamente produzida por ação espiritual, sem o auxílio efetivo do médium — como no caso da psicografia. Pela pneumatografia, a mensagem escrita (num papel, na parede, numa superfície qualquer) surge extraordinariamente, pelo mecanismo mediúnico. Essa categoria de manifestação foi estudada e descrita por Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, capítulo XII, que observa ainda tratar-se de um fenômeno raro e facilmente explorado por charlatões, que simulam capacidades mediúnicas.
Você vai poder compreender melhor, conforme a descrição da Doutrina Espírita, o mecanismo prático dessa classe de manifestação, sua principal utilidade, as características que condicionam o médium capaz de produzi-la e exemplos clássicos de fenômenos pneumatógrafos, como o Decálogo bíblico, além de uma apresentação da pesquisa feita pelo Barão de Guldenstubbé sobre essa temática.

Acesse agora mesmo o verbete Pneumatografia na Enciclopédia Espírita Online.

sexta-feira, 23 de março de 2018

Calendário Histórico Espírita: Aniversário de nascimento de Gabriel Delanne


161ª aniversário de nascimento de Gabriel Delanne (23-3-1857 - 15-2-1926), pesquisador e escritor espírita, presidente-fundador da União Espírita Francesa e fiel discípulo de Allan Kardec na divulgação do Espiritismo.

Confira mais datas festivas e de eventos de interesse à História do Espiritismo na página Calendário Histórico Espírita.

segunda-feira, 19 de março de 2018

FEB divulga o seu Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro 2018-2022


A FEB - Federação Espírita Brasileira trouxe a público na semana passada a cartilha com o seu "Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro 2018-2022", conforme a deliberação do seu Conselho Federativo Nacional.

Como está perfeitamente sugerido no seu título, a cartilha  muito bem elaborada, por sinal — apresenta o planejamento de ações da entidade tendo em vista a promoção do Espiritismo sob a seguinte fundamentação:
O Plano de Trabalho para o Movimento Espírita Brasileiro/2018–2022 mantém o firme propósito de utilizar o referencial doutrinário das obras da Codificação Espírita e as orientações de Espíritos Superiores que guardam fidelidade com a Doutrina Espírita, uma vez que o processo de unificação do Movimento Espírita tem por finalidade promover e realizar o estudo, a difusão e a prática do Espiritismo, colocando-o ao alcance e a serviço de todos os seres humanos, de modo a cumprir sua missão, que é “instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.”
O planejamento estabeleceu algumas diretrizes básicas a serem desenvolvidos nesse próximo quinquênio, a saber:
  • Difusão da Doutrina Espírita;
  • Preservação da unidade e da universalidade dos princípios da Doutrina Espírita;
  • Transversalidade da comunicação social espírita;
  • Adequação dos Centros Espíritas para o atendimento às suas finalidades;
  • Multiplicação dos Centros Espíritas;
  • União dos espíritas e unificação do Movimento Espírita.



A cartilha está disponível para livre download por este link.

Esperamos que o plano seja bem-sucedido; que as orientações sejam úteis para as casas espíritas e que a cooperação entre elas seja cada vez maior e, desta feita, que a Doutrina Espírita possa ser mais e melhor expandida em nossa sociedade.


quinta-feira, 15 de março de 2018

Crônica espírita: "Da matança de cães em Igaracy-PB e do que o Espiritismo oferece à sociedade" por Ery Lopes


Nascido e criado em Igaracy, eu passei a infância e a juventude sonhando com a minha pequena cidade — que mal figurava no mapa — aparecendo na televisão; quem sabe, destacando a arte ou feito heroico de algum conterrâneo. Aconteceu, porém, mais de duas décadas depois de abraçar o destino de retirante, assistir, de muito longe, aos principais noticiários nacionais reportando um triste acontecimento na minha querida terra natal, episódio esse que nos enseja uma reflexão muito oportuna sobre o trato com os animais e, coisa ainda mais significativa, como falta à humanidade a luz que o Espiritismo nos oferta.


O triste acontecimento a que me refiro é o da execução de dezenas de cães (veja aqui) que, supostamente por apresentarem doenças nocivas à população igaraciense, foram submetidos à eutanásia por intervenção da Secretaria Municipal de Saúde, mas, segundo acusações diversas dos moradores da cidade, o sacrifício foi feito sem uma devida avaliação clínica de cada bicho e, pior, efetivada com "requintes de crueldade", tanto que a OAB-PB - Ordem dos Advogados do Brasil, seccional da Paraíba emitiu uma nota de repúdio contra essa matança (veja aqui).


Enfatizo que não adentrarei aqui na questão das responsabilidades diretas desse caso específico, que são cabíveis às autoridades legais; mas gostaria de aproveitar o episódio para refletir um pouco sobre a generalidade do problema que abarca tal temática e, com isso, evidenciar o quanto a Doutrina Espírita nos tem a oferecer como orientação prática para resoluções de nossos problemas e soluções para a sociedade. Fosse o Movimento Espírita mais influente no nosso país — justamente o pais de maior percentual de "espíritas praticantes— e casos como esse (da suposta crueldade com os animais), ocorrido em Igaracy-PB, provavelmente não se dariam. Se bem, é de se destacar certo avanço moral da nossa sociedade expressado pelo sentimento comum de revolta da população com o ocorrido, ainda que muitas vezes seja mais efeito da mídia do que propriamente em preocupação com os bichos.


Sem o entendimento espírita, a questão da valia dos animais para o homem e para o mundo fica à mercê de variáveis como a da mera concepção científica, da necessidade para sustentação do ecossistema (pela cadeia alimentar), ou o de puramente emocional, no caso dos chamados bichos pet, domesticáveis. Mas o Espiritismo vem nos convidar a uma análise mais ampla, considerando assim não somente a estrutura organizacional da Terra ou do nosso Universo físico, mas também levando em conta a natureza espiritual, que tem a ver com o ensaio pelo reino animal que as individualidades provindas do princípio espiritual efetuam na sua escalada até alcançar o estágio apto a penetrar no ensaio hominal, pelo que vale a pena conferir essa matéria. Nessa conjectura, o trato do homem para com os animais em geral precisaria ser repensado sistematicamente. Desta feita, a dita matança de cães de Igaracy não pode ser figurada como barbarismo maior do que a farra das churrascadas, corriqueiras em todo o Brasil e mundo afora. E mais profundamente deveríamos repensar ideias como a da eutanásia — não apenas aplicada a humanos, mas igualmente aos animais.

De uma maneira geral, o abreviamento de uma instância reencarnatória é uma interrupção em seu curso evolutivo. Os animais cumprem nos estágios terrenos um processo imprescindível de progressão da individualização de sua essência espiritual que, aliás, segundo informações generalizadas da espiritualidade, só se dá enquanto encarnado, e nunca no mundo espiritual. Dizem os mentores do além que, em seguida ao um desencarne, a "alma animal" (vamos usar esse, na falta de um termo melhor) reencarna praticamente de imediato, o que não impede que haja prejuízo no caso de a reencarnação anterior ter sido abreviada abruptamente.


“Pela influência que exercem, as ideias espíritas são uma garantia de ordem e tranquilidade, pois tornam melhores os homens uns para com os outros, menos ávidos de interesses materiais e mais resignados aos decretos da Providência." 
Allan Kardec (O Livro dos Espíritos - 'Conclusão', item VI)


Enquanto impera a desinformação quanto a esses valores da natureza maior, vigorará matanças como essa, ocorrida de Igaracy, e tantas outros atentados aos nossos "irmãos menores". É claro que o desconhecimento atenua as responsabilidades de quem atente contra esses princípios, porém nem tanto quando já se fizerem presentes os meios de se adquirir a devida ciência. E já estamos numa fase bastante madura para assumirmos tais compromissos com a espiritualidade.


O grande problema pelo qual passamos atualmente é o da polarização das opiniões, e mesmo dos extremismos correntes em qualquer discussão. A partir daí temos vista o afloramento de uma correnteza de ódio assustadoramente irracional. Pegue-se o exemplo hoje de Igaracy e note-se a politização que estão fazendo. De repente, o secretário, o prefeito e todos os seus simpatizantes mais estão sendo totalmente satanizados por um ato falho, assim como se sataniza alguém por ser desse tal partido político, ou por ser torcedor de tal time, ou praticar tal religião, etc. Por outro lado, quando há qualquer vínculo de interesse particular, defende-se, com unhas e dentes, tudo e qualquer absurdo provindo de um correligionário qualquer, não raro idolatrando-o, tudo em nome de uma discussão ideológica qualquer que na maioria das vezes mascara um materialismo profundamente perverso. Nessas condições, como aprofundar temas tão importantes e apascentar tamanha anarquia?

Como espírita, desejaria muito que nosso movimento espírita fosse mais eficaz na educação dos conceitos espirituais, dentre os quais — e sobretudo — o da caridade. Mas até mesmo entre nossos confrades o sentido dessa palavra parece tão superficial, quase limitado a distribuir cestas básicas e sopinha aos moradores de rua, que chego a pensar mesmo que talvez devamos todos passar por um choque ainda maior de realidade — com muito sofrimento, por consequência de nossas negligências — e esperar por uma quarta revelação, já que o Espiritismo tem sido muito distorcido.


Entretanto, nada de desânimo, sejam quais forem as circunstâncias, como espírita, melhor do que ninguém, sabemos que a Luz é soberana sobre as trevas e nenhum esforço, por mínimo que seja, é inútil. Se se recrudesce o mal, reforcemos nossa fé e dobremos nossas ações para semear a tolerância com os "diferentes", semear a concórdia em torno dos valores espirituais, semeemos, enfim, a boa nova do Cristo tão bem interpretada pela Doutrina Espírita, para que, guiando-se por esses princípios salutares, nossa sociedade supere todas as diversidades que se nos apresentam, certos de que o "Reino de Deus" que suplicamos na oração paternal não cairá dos céus, mas deve ser erguido, com o concurso dos bons Espíritos, mas substancialmente através da nossa contribuição.

Espiritas, façamos mais e melhor para semear a mensagem de luz do Espiritismo! E doravante que a minha amada Igaracy nos traga melhores notícias!
Ery Lopes

Programa Evangelho no Lar Online ao vivo


Nesta quinta-feira, às 20h (horário de Brasília), tem mais uma edição ao vivo do Programa Evangelho no Lar Onlineo nosso encontro familiar com Jesus e toda a espiritualidade, para um momento de reflexão, aprendizagem e confraternização espiritual em torno da Boa Nova trazida pelo Mestre de Nazaré, à luz do Espiritismo.

As videotransmissões são feitas ao vivo via YouTube e você pode acompanhá-las pelo link do YouTube Live, pela página inicial do nosso Portal Luz Espírita.

Participe conosco e nos ajude na divulgação.

terça-feira, 13 de março de 2018

SUS admite Terapias alternativas


O Ministério da Saúde anunciou nesta segunda-feira a inclusão de dez terapias alternativas ao Sistema Único de Saúde (SUS), dentre as quais a terapia por imposição de mãos — que normalmente os espíritas poderiam ler como passe magnético, o passe espírita, aquele tratamento comum nas casas espíritas.

Essa determinação pode ser lida com bastante ânimo pelos espíritas e demais espiritualistas como uma sinalização de uma aproximação mais séria entre a ciência (especialmente a medicina regular) e a espiritualidade.

Mas será mesmo que é isso?

Além da imposição de mãos, anunciou-se que o SUS também vai bancar tratamentos à base das seguintes técnicas: apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, ozonioterapia e terapia de florais. Esses procedimentos são chamados de Práticas Integrativas e Complementares (Pics), pois utilizam recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradicionais, voltados para curar e prevenir diversas doenças, como depressão e hipertensão.

De acordo com a pasta, evidências científicas têm mostrado os benefícios do tratamento integrado entre medicina convencional e práticas integrativas e complementares. Mas há resistências em toda parte em aceitar tal justificativa e especulações sobre esse modelo de política pública, tendo em vista a precariedade dos programas governamentais de saúde em nosso país.


Para Carlos Vital, presidente do Conselho Federal de Medicina, não há evidências científicas que comprovem a eficácia dos tratamentos alternativos e integrativos. “Essas práticas não têm base em evidências, portanto, oneram o sistema público e não deveriam ser incorporadas”, afirmou.

Vital disse ainda que os médicos só podem atuar na medicina com procedimentos terapêuticos que tenham reconhecimento na medicina convencional e comprovação científica. De acordo com ele, nenhuma dessas 29 práticas alternativas incorporadas pelo SUS são reconhecidas pelo CFM.

Ele diferencia, no entanto, a acupuntura como especialidade médica. “Essa prática é feita com base em evidências científicas e exige alto grau de complexidade”, afirmou o presidente do CFM.

Para Vital, se um paciente solicitar a um médico a prescrição de alguma dessas práticas integrativas, o ideal seria o profissional explicar e orientar o paciente sobre a medicina baseada em evidências. “O médico deve esclarecer sobre eficácia e as verdades científicas da medicina. O valor científico não existe na prática alternativa. Não é correto ele apoiar ou estimular seu paciente na busca das práticas alternativas.”

Uma questão imediata que deve ser tratada com muito cuidado é exatamente o gerenciamento dos agentes dessas terapias alternativas, ou seja, como selecionar esses "novos terapeutas"? Veja-se, por exemplo, no caso do magnetismo praticado no meio espírita: há uma certa polêmica sobre os métodos utilizados. Há instituições que consagraram certos procedimentos tão sistematizados que não falta quem diga que são "litúrgicos"; também é corrente a questão sobre o sistema prática do magnetismo que, segundo uns, é baseado na transferência de fluídos do passista (eventualmente com o concurso de Espíritos) para o paciente, tese absolutamente negado por outros, que defendem a ideia de que o Magnetismo Animal original de Mesmer — que Allan Kardec reputou ciência irmã do Espiritismo — não era essa (a dos fluidistas), mas a de que a ação curadora provém do impulso magnético positivo que o passista projeto diretamente no campo magnético do enfermo.

Aliás, é bem oportuno para os espíritas, sobretudo os dirigentes de casas espíritas, estudarem mais profundamente sobre a terapia do passe. Recentemente, inclusive, uma obra respeitável foi relançada propondo esse reexame: "Mesmer: a ciência negada do magnetismo animal", de autoria de Paulo Henrique de Figueiredo, que assim sintetiza:

Sobre o passe magnético, segundo o Espiritismo!
Para Mesmer, o passe era um instrumento do tratamento pelo Magnetismo Animal, que consistia em induzir pela saúde do magnetizador, por meio de sintonia, o ciclo natural da cura do paciente. Ou seja, ele mesmo se curava, a força da recuperação estando em seu próprio organismo. A sintonia se estabelece pela vontade e pensamento firmes do magnetizador, por meio de ondas do fluido cósmico universal. Semelhante a um efeito homeopático (tanto que Hahnemann adotou o passe mesmérico).
Todavia, já nos tempos de Kardec, muitos magnetizadores divergiam de Mesmer, acreditando num fluido (substância física) que saía de suas mãos, supostamente manipulado pelos movimentos diversos, atingindo o paciente como um jato! Essa ideia não é a original. Kardec estudou Mesmer (por mais de 35 anos!), investigou o assunto, e questionou os espíritos. Em “A Gênese”, conclui que Mesmer estava certo, a teoria fundamental é a do Fluido Cósmico Universal proposta por ele. Além de distinguir passe magnético, misto e espiritual.
Depois do século 20, porém, espíritas brasileiros inventaram de tirar fluidos ruins e jogar fora, depois pegar fluidos bons e jogar no paciente, imitando também antigos movimentos do passado. Não há nada disso na obra de Kardec nem de Mesmer, em lugar algum! É um sincretismo místico, como tantos, implantados na Doutrina Espírita original! Melhor a simplicidade verdadeira, que elaborações que nada contribuem, difamando a proposta original do Espiritismo. É preciso ler e estudar Mesmer e Kardec para tratar do assunto. Não há outro caminho!

Quanto ao sucesso das Pics propostas pelo Ministério da Saúde para o SUS, vamos aguardar para conferir.



Mas, a propósito dessa temática, disserta o estudioso espírita Jorge Hessen, tocando mais especificamente num aspecto inerente a essa proposta governamental, especto esse que merece a maior reflexão de nossa parte, qual seja o da correlação do passe e a gratuidade do serviço e detalhes afins.

Confira a crônica de Jorge Hessen:
O SUS, as terapias alternativas, o “passe”, as remunerações e o “dai de graça”  
O Ministério da Saúde promulgou a admissão de determinadas “terapias alternativas” ao Sistema Único de Saúde (SUS), dentre as quais a terapia por imposição de mãos (seria o Reiki oriundo do vitalismo, criado em 1922 pelo monge budista japonês Mikao Usui? Ou seria apenas a imposição de mãos sem apelo “religioso” e configurando apenas transfusão magnética tal como ocorre nas casas espíritas? Seria os dois? 
Além da tal imposição de mãos, o SUS também vai bancar tratamentos alternativos como apiterapia, aromaterapia, bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia, ozonioterapia e terapia de florais. Esses procedimentos são chamados de Práticas Integrativas e Complementares (Pics), pois utilizam recursos terapêuticos baseados em tradições populares, voltados para “curar” e prevenir algumas supostas doenças.
Sobre as tais “imposições das mãos”, será que é fator alvissareiro, será que poderá abrir as portas laicas e as mentes para a realidade inquestionável da força do chamado "passe espírita" ou melhor do passe gerido pelos espíritos? Ou será que uma prática tão sublime será banalizado?
O que podemos ponderar sobre tal complexo assunto?
Uma questão subjacente que deve ser abordada com muito cuidado é justamente o gerenciamento dos agentes dessas “terapias alternativas”, isto é, como escolher e nomear esses "profissionais"? Não se pode perder de vista que tais terapias serão aplicadas por “especialistas” contratados, portanto serão “profissionais” devidamente assalariados para tal função! Diante disso, considerando que haja passista espírita entre os terapeutas, respeitando os preceitos cristãos, recomendamos o alerta -“dai de graça o que de graça recebestes.”[1] 
Sobre esse assunto já li sugestões charmosas e outras um tanto quanto absurdas. Uma delas seria a possibilidade dos centros espíritas oferecerem os serviços de passes gratuitamente nas unidades do SUS. Mas, há os incautos que insinuam a destinação do eventual salário aos profissionais para as instituições beneficentes e/ou espíritas.  Ora isto seria um abjeto comércio dos dons mediúnicos. Recordemos que todo serviço espiritual gratuito é padrão da legítima prática espírita. 
Ante esse panorama que está sendo construído na área de saúde pública, certamente haverá “espíritas” que desculparão a própria consciência nutrindo o subterfúgio de que aplicar passe e ser remunerado pelo SUS não é comerciar a caridade do passe. Possivelmente haverá esvaziamento da voluntária doação gratuita do passe nas casas espíritas, pois os passistas “desempregados” estarão disputando vagas no SUS. E se forem contratados, na melhor das hipóteses, estarão cansados à noite para a tarefa espírita. Ou, ainda, na pior da hipóteses, poderão disputar parte do valor que deverá ser revertido a eles próprios que também têm dificuldade financeira. 
Sabemos que há alguns hospitais que ainda não consentem a aplicação de passes quando confrades espíritas visitam os enfermos nas enfermarias. Talvez proíbam por prevenção ideológica ou preconceito médico e ou religioso. Seguramente, diante dessa nova norma do governo, creio que essa oposição poderá ser atenuada. Ou por outro lado, talvez o empecilho aumente, pois, considerando que o serviço será remunerado (pelo SUS), não será fácil convencer que "passistas" profissionais não terão a ideia brilhante de entrar na justiça do trabalho pedindo vínculo empregatício com os hospitais que permitirem o gesto "caridoso". Tudo é possível. O tema é complexo e vai muito além do que talvez estejamos avistando. 
Quem sabe a ação constituída pela chamada liderança espírita junto ao governo seja oportuna nesta circunstância. Afinal de contas o atual governo está bradando por terapêuticas alternativas pelo SUS. Diante de tal desafio, será que o espírita terá capacidade de aprovisionar, de graça, e com preparação organizada dos passistas a fim de formalizar as normas oficiais de procedimento sob o princípio do voluntariado perante os hospitais?
Jorge Hessen
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Referência:
[1] Mateus, 10:8

Fonte: Veja


sábado, 10 de março de 2018

Pesquisa Nacional Espírita 2018


Já está confirmada a 4ª edição da Pesquisa Nacional Espírita, a enquete online especialmente relacionada ao comportamento e às atividades dos espíritas. A abertura oficial da consulta começa em 1 de maio.

Já destacamos aqui essa interessante iniciativa de Ivan Franzolim, um grande ativista do Espiritismo em São Paulo. Para compreender melhor os propósitos e a dimensão desse trabalho, reveja o vídeo que a Luz Espírita gravou com o idealizador:


A pesquisa de 2018 estará dividida em cinco sessões: Dados de Qualificação, Perguntas sobre você, Sua maneira de entender o espiritismo, Perguntas sobre o Centro Espírita, Perguntas para Trabalhadores.

As respostas tabuladas servirão para análise de todos e obtenção de informações, sinais e tendências que poderão ser úteis no planejamento de atividades e de ações de comunicação.

Pode ser respondida em até 15 minutos por qualquer espírita, seja iniciante, frequentador, trabalhador e dirigente de instituições espíritas.

A partir do dia 30 de abril será divulgado o link para acesso á pesquisa neste blog.

A cada ano são incluídas novas questões e você mesmo pode sugerir perguntas pelo e-mail: ifranzolim@bol.com.br

Não deixe de participar!



quarta-feira, 7 de março de 2018

Senado rejeita legalização de jogos de azar


Nesta quarta-feira, 7 deste março, a CCJ - Comissão de Constituição e Justiça do Senado rejeitou, por 13 votos a 2, uma proposta de regulamentação dos jogos de azar e reabertura dos cassinos no Brasil. O texto, de autoria do presidente do PP, Ciro Nogueira (Piauí), foi relatado pelo senador Benedito de Lira (PP-Alagoas). No lugar, foi aprovada, de maneira simbólica, manifestação contrária do senador Randolfe Rodrigues (Rede-Amapá). O projeto segue para o Plenário, onde poderá receber emendas.

A sinalização dada pelo CCJ é louvável e acende a esperança que não se efetive essa velha tentação de, a troco de arrecadar mais impostos, os órgãos públicos permitam a legalização de jogos de azar.

E porque essa rejeição é importante? Quais os malefícios dos jogos de azar?

Poderíamos considerar unicamente a lavagem de dinheiro e só isso já seria o bastante para justificarmos nossa posição. As casas de jogos fatalmente seriam usadas por criminosos — dentre os quais não se poderia excluir os políticos corruptos — para tornar legítimos valores adquiridos de forma ilícita.

Mas tem mais. Jogos de azar são fontes de viciação, verdadeiros abismos para almas fracas e perturbadas, cujos prejuízos vão além do fator financeiro, tocando mesmo no aspecto psicológico. A ilusão de ganhar dinheiro fácil e até mesmo o prazer pela jogatina é porta escancarada para perturbação e desajustes familiares.

No voto em separado, Randolfe considerou que a exploração de jogos de azar incentiva a lavagem de dinheiro, tem “nefasto” impacto psíquico e sociofamiliar sobre o jogador, e não deverá produzir aumento de receita tributária nem fomentar o turismo no Brasil, como alegam os defensores da matéria. “Acho que o Congresso Nacional, no dia de hoje, sepultou em definitivo esse absurdo”, comentou Randolfe após o resultado.

É certo que a cura para malefícios como a fraqueza pelos jogos e a ganância material não se encontra na proibição, cuja eficácia, inclusive, não é duvidosa — vê-se, por exemplo, no caso clássico "jogo do bicho", sabidamente corrente de norte a sul do Brasil. Contudo, uma sinalização do Senado Federal é, ao menos, um freio institucional, enquanto que a legalização não seria meramente uma autorização formal, mas também um incentivo.

A "cura" mesmo é a promoção das virtudes, para que a alma, ainda que diante da legalidade civil e do incentivo a qualquer imoralidade, opte livre e intencionalmente pelos valores espirituais. Não á toa somos frequentemente expostos ao mal, para desenvolvermos a resistência voluntária contra ele, pois é no fogo que se prova o ouro.

Parabéns à CCJ do Senado.

Fonte Veja